Na ansiedade de um espaço maior, aguardando a chegada do bebê¹, compramos um apartamento três vezes maior do que a casinha em que moramos hoje. Que erro! Do final da gestação até o quarto mês da filhotinha passamos por experiências horríveis (não estou exagerando): prédio novo com elevador estragado constantemente (ficamos presos na noite em que entrei em trabalho de parto); vizinhos completamente mal educados, usando martelete sobre as nossas cabeças às 22 horas para fazer melhorias em sua cobertura (a recém-nascida levando sustos e nós em fuga de casa para ficarmos acolhidos no carro); nas primeiras chuvas todas as janelas apresentaram grandes vazamentos e as paredes mofaram. O que fazer? Só queríamos sumir de lá.
Eu estava anêmica, extremamente cansada e entristecia-me mais a cada dia. Meu marido preocupadíssimo, pois juntamos as moedinhas e contamos com a ajuda de familiares para passar por isso? Quem vai querer comprar um imóvel assim?
Vendido em menos de uma semana! Um investidor e seu filho engenheiro avaliaram a situação e consideraram viável a compra.
Dias antes fizemos uma visita à antiga casinha abandonada – nosso atual lar – e nossa filhinha olhava tudo, mexia-se inquieta e queria que subíssemos as escadas. Ao abrirmos a porta que dá para o terreno dos fundos ela arregalou os brilhantes olhos azuis acinzentados e começou a apontar para as folhas das árvores, querendo tocá-las. Que aperto no peito. Era manhã, havia neblina e raios solares transpassando as copas das árvores; momento de beleza ímpar em que tive a certeza de que não devíamos ter mudado.
A providência divina conduziu-nos ao ambiente adequado, ainda que meses atrás não tivéssemos a capacidade de perceber a riqueza em nossas mãos.
Hoje nossa criança corre pelo terreno, interage com animais, junta penas de galinha e procura teias de aranha! É disto que ela precisa. Fico alegre percebendo o desenvolvimento dela e quero contribuir para oferecer o melhor: o necessário, simples e vital, sem luxos, demasiados recursos tecnológicos e perfumarias. Que ela atinja a perfeita maturidade².
Nos últimos meses retomei as leituras frequentes, adquiri novos livros e reativei este blog. Estou motivada pela ideia de ser a referência de minha filha, sua primeira e mais importante professora! Acontece comigo o que já ocorreu com muitas mães e famílias antes, conforme os relatos que escutei. Estou maravilhada com as ideias vivas, com o modelo de educação de Charlotte Mason; mais uma vez percebo a ação providencial: a casa pequena, com grande terreno arborizado ao fundo, permite o crescimento saudável da filhota e uma vivência familiar menos artificializada.
Glória!
No decorrer do tempo, sem pressa, compartilharei mais sobre o modelo educacional citado e as experiências vividas. Por enquanto, elenco fontes de pesquisa aos interessados:
Livro EDUCAÇÃO NO LAR, de Charlotte Mason.
Instituto Charlotte Mason: <https://institutocharlottemason.com.br/o-que-e-o-metodo-charlotte-mason/>
Descobrindo Charlotte Mason: <https://descobrindocharlottemason.com.br/>
Descobrindo Charlotte Mason: <https://www.youtube.com/@DescobrindoCharlotteMason>
- Vale muito conferir o podcast Descobrindo Charlotte Mason no Spotify e seu “irmão” Charlotte Mason Audiobook.
¹ Uma curiosidade: descobrimos que nossa filha era uma menina apenas no nascimento. Durante a gestação muitos familiares não acreditavam que não estávamos curiosos, também, achavam que sabíamos o sexo, mas não revelávamos!
² Importante conceito proposto por Mason, assim como “ideias vivas”; ambos serão tratados à parte futuramente.
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